Sidarta o príncipe, Gautama o monge,
Buda Shakyamuni o desperto
por Diego Carlos Marquete
“A lua ergueu-se sobre o bosque de Lumbini. Por entre as árvores um pequeno cortejo atravessava a floresta levando a rainha grávida já com dez meses para a casa de sua mãe. A viagem lenta fez com que o grupo acampasse, pois a rainha Maya já não podia mais esperar, seu filho precisava nascer.
As damas da corte que acompanhavam a viagem formaram um círculo e nas mãos de Kumbira, a criada mais velha, a rainha deu a luz no meio da noite ao filho primogênito do rei, que fora abençoado pela lua.
“- Sidarta”, disse a mãe, erguendo-o em direção aos céus. O nome em sânscrito quer dizer: “aquele que realizou todos os desejos”.
Sidarta cresceu entre os muros do castelo e não pode por muito tempo se afastar dos limites impostos por seu pai, o rei Suddhodana, que queria transformar o garoto num hábil guerreiro. Mas as previsões de Canki, o sacerdote astrólogo do rei eram a de que o menino seria um religioso. O rei impôs a Canki a missão de fazer com que o garoto seguisse a vontade do pai e não aquilo que fora previsto pela astrologia e para que isto acontecesse ele afastou do garoto todo contato com a dor, a doença, a velhice e a morte.
Sidarta teve toda a riqueza possível, conforto, luxo e prazeres. Ainda na adolescência o príncipe pediu ajuda ao seu fiel amigo Channa, o adestrador de cavalos para sair e passear além dos limites do castelo.
Nesta saída, ele encontrou aquilo que nunca havia visto em todos aqueles anos. Uma pessoa velha, uma pessoa doente e uma pessoa morta. Estas experiência fizeram o príncipe levantar quatro questões em sua mente: -Porque sofremos? – Porque envelhecemos? Porque adoecemos? Porque morremos? Nunca antes o sacerdote responsável por sua educação havia esclarecido estas dúvidas.
Sidarta abandonou o reino com 29 anos de idade. Não levou nada consigo, deixou para trás pessoas queridas e amadas e aceitou o desafio de sanar as dúvidas de sua mente e as feridas de sua alma. Numa tentativa de alcançar a iluminação impôs a si mesmo mais dor e por muitas vezes pensou em retornar para o conforto do lar e das pessoas que lhe faziam falta. Perdido em imensas florestas ele sentava e meditava sob grandes árvores ouvindo o som dos pássaros e sentindo o vento acariciar seu corpo cansado. Enquanto acalmava a respiração e silenciava a mente, descobria um abrigo onde podia se refugiar e sentir paz, o próprio interno.
Após sete anos de peregrinação, vivendo como um monge, o príncipe dos Sakhyas, que agora atendia pelo nome monástico de Gautama, alcançou a iluminação.”
“A lua ergueu-se sobre o bosque de Lumbini. Por entre as árvores um pequeno cortejo atravessava a floresta levando a rainha grávida já com dez meses para a casa de sua mãe. A viagem lenta fez com que o grupo acampasse, pois a rainha Maya já não podia mais esperar, seu filho precisava nascer.
As damas da corte que acompanhavam a viagem formaram um círculo e nas mãos de Kumbira, a criada mais velha, a rainha deu a luz no meio da noite ao filho primogênito do rei, que fora abençoado pela lua.
“- Sidarta”, disse a mãe, erguendo-o em direção aos céus. O nome em sânscrito quer dizer: “aquele que realizou todos os desejos”.
Sidarta cresceu entre os muros do castelo e não pode por muito tempo se afastar dos limites impostos por seu pai, o rei Suddhodana, que queria transformar o garoto num hábil guerreiro. Mas as previsões de Canki, o sacerdote astrólogo do rei eram a de que o menino seria um religioso. O rei impôs a Canki a missão de fazer com que o garoto seguisse a vontade do pai e não aquilo que fora previsto pela astrologia e para que isto acontecesse ele afastou do garoto todo contato com a dor, a doença, a velhice e a morte.
Sidarta teve toda a riqueza possível, conforto, luxo e prazeres. Ainda na adolescência o príncipe pediu ajuda ao seu fiel amigo Channa, o adestrador de cavalos para sair e passear além dos limites do castelo.
Nesta saída, ele encontrou aquilo que nunca havia visto em todos aqueles anos. Uma pessoa velha, uma pessoa doente e uma pessoa morta. Estas experiência fizeram o príncipe levantar quatro questões em sua mente: -Porque sofremos? – Porque envelhecemos? Porque adoecemos? Porque morremos? Nunca antes o sacerdote responsável por sua educação havia esclarecido estas dúvidas.
Sidarta abandonou o reino com 29 anos de idade. Não levou nada consigo, deixou para trás pessoas queridas e amadas e aceitou o desafio de sanar as dúvidas de sua mente e as feridas de sua alma. Numa tentativa de alcançar a iluminação impôs a si mesmo mais dor e por muitas vezes pensou em retornar para o conforto do lar e das pessoas que lhe faziam falta. Perdido em imensas florestas ele sentava e meditava sob grandes árvores ouvindo o som dos pássaros e sentindo o vento acariciar seu corpo cansado. Enquanto acalmava a respiração e silenciava a mente, descobria um abrigo onde podia se refugiar e sentir paz, o próprio interno.
Após sete anos de peregrinação, vivendo como um monge, o príncipe dos Sakhyas, que agora atendia pelo nome monástico de Gautama, alcançou a iluminação.”
As quatro mentes de Buda e sua
influência na thai massagem
por Diego Carlos Marquete
Buda acreditava em um céu e, em sânscrito o termo Vihara significa lugar para morar. Um dia, um brâmane perguntou ao Buda:
- O que posso fazer para ter a certeza de que estarei com o Deus Brahma assim que morrer?
- Como Brahma é fonte de amor, para morar com ele você deve praticar os brahmaviharas: amor ou bondade, compaixão, alegria e equanimidade, respondeu Buda.
Os brahmaviharas são os quatro elementos do amor verdadeiro. São chamados incomensuráveis, isto é, a medida que o praticamos eles crescem cada vez mais, tornam-se hábito. Se aprendermos maneiras de praticar amor, compaixão, alegria e equanimidade, saberemos curar doenças como raiva, mágoa, insegurança, tristeza, ódio, solidão e apegos doentios em nós mesmos.
O primeiro aspecto do amor verdadeiro se chama maitri ou metta. Existiram duas línguas que foram muito utilizadas na Ásia naquele período, sânscrito e pali. Ambas serviram para escrever os textos budistas. Maitri vem do sânscrito e metta do língua pali.
Em pali, língua utilizada para escrever os textos da linhagem do budismo theravada a palavra metta significa amor. Também é traduzida como bondade. Metta ou maitri simboliza a intenção e a capacidade de proporcionar alegria e felicidade.
Maitri, do sânscrito, possui sua origem na palavra mitra. Mitra significa amigo. Para amarmos precisamos ser amigos, só existe amor se houver amizade. Ao executarmos a thai yoga massagem, buscamos aliviar tensões, dores, nódulos, restabelecer o fluxo energético, aumentar a amplitude de movimento, alongar músculos e oferecer alegria e felicidade. Esta alegria é alcançada quando ajudamos nossos pacientes a se sentirem melhores, com o corpo menos dolorido, mais leve e cheio de vida. Uma ação amiga originada pela nossa capacidade de amar fraternalmente, de tocar com o cuidado e a intenção bondosa de ajudar.
Karuna é o segundo aspecto do amor verdadeiro e significa compaixão. Compaixão não significa ter pena ou dó de nossos semelhantes, compaixão é a intenção e a capacidade de aliviar e transformar o sofrimento e abrandar as tristezas, é a capacidade de perceber como se estivéssemos no lugar do outro e buscar aliviar sua dor.
Instintivamente a prática da thai yoga massagem nos ensina a tocar com compaixão, o que significa imaginar-se no lugar da outra pessoa e auxiliar no alívio de sua dor, tocando mais suave ou mais profundo, da forma que desejaríamos que nosso corpo fosse manipulado, caso estivéssemos doloridos. Alongando e relaxando seus pacientes o terapeuta desenvolve e aprimora sua capacidade em tornar-se uma pessoa mais compassiva.
Mudita ou alegria é o terceiro elemento do amor verdadeiro. Quando alongamos, apertamos, pressionamos, friccionamos, massageamos os músculos de nossos pacientes, reestabelecemos seu fluxo energético e contribuímos para com a melhora de sua saúde. Ofertamos alegria, para os que recuperam um corpo menos dolorido, saudável e mais flexível e nos nutrimos de alegria por ter auxiliado e percebido que nosso trabalho oferece resultados positivos.
O quarto elemento é Upeksha, que significa equanimidade, desapego, não-discriminação, mente serena ou despreocupação. Upa, quer dizer de cima e iksh, olhar. Olhar de cima, sem pender para um lado ou para o outro. É aceitar os desafios sem influências e perceber a oportunidade de aprendizado com todos os percalços do caminho. É auxiliar sem esperar o reconhecimento e as louros pela ação de ajudar. As quatro mentes estão interconectadas e nenhuma é possível sem a outra.